O governo está convencido de que o Brasil precisa acelerar a
transição para a recepção da TV Digital interativa, a tempo de levar o
maior número possível de brasileiros usufruindo dos benefícios do
sistema. E começou a se mexer. A Secretaria de Telecomunicações do
Ministério das Comunicações começou a dizer que a interatividade será
uma proposta importante no Brasil a partir do ano que vem. E que
pretende incluir a obrigatoriedade do Ginga no PPB já em gestação no
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para
fabricação de conversores populares no país.
“A partir da nossa ação, a indústria começou a se mexer. As reuniões
começaram a acontecer”, diz André Barbosa, assessor especial da Casa
Civil.
Segundo ele, a capacidade de interatividade passará a ser exigida
pelo governo de forma mais enfática. “Pensamos em tornar a
interatividade um recurso obrigatório. É claro que não vamos fazer isso
de afogadilho. A proposta passará por uma consulta pública…”, diz ele,
lembrando que o PPB dos conversores já é um instrumento à disposição do
governo para incentivar a interatividade. Outro é a rede pública de tv
digital, onde começarão a surgir serviços de T-gov, muitos deles já
adaptados rodar bem também em televisores de CRT, sem problemas de
interface comuns aos aplicativos desenvolvidos para televisores de alta
definição. E investigar quais modelos de negócio de interatividade vão
pegar.
O secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações,
Roberto Pinto Martins , por sua vez, lembra que a interatividade é uma
das quatro características do SBTVD listada no decreto 5.830/06, que
implementa a TV digital no Brasil.
“Qual a lógica que estamos trabalhando? Lá no decreto tem três itens
que a gente precisa destacar: a TV Digital brasileira tem que fazer SD e
HD; tem mobilidade; e tem interatividade. Como é que você cumpre isso?
Tendo essa capacidade também nos receptores. Precisamos trabalhar agora
para que a indústria de recepção cumpra esse arcabouço legal acordado
com todos lá atrás”, diz ele.
O Ministério das Comunicações vai fazer uma consulta pública para
transformar a interatividade um recurso obrigatório. Isso já foi dito ao
Fórum SBTVD. Segundo o representante de um grande fabricante, semana
que vem associados da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de
Produtos Eletroeletrônicos ) devem se reunir para discutir o assunto.
Quanto aos conversores populares interativos, três consórcios de
empresas de hardware e software, liderados pela Totvs, pela IBM e pela
Zion, já iniciaram o processo de pedido de financiamento para fabricação
no BNDES, segundo André Barbosa. “Eles também conversaram também com a
Caixa e o BB, para que esses bancos atuem como agentes financiadores de
venda para o consumidor final.
“Nós vamos fazer mais uma reunião, em Brasília, após as Eleições, com
o BB, a Caixa e os Correios para discutir logística de distribuição,
que é um grande problema. O Correio vai passar a entregar o equipamento
vendido de forma subsidiada pelo Banco do Brasil e Caixa, em 24 suaves
prestações de até 17 reais. Nossa ideia é de que o Correio tenha
convênios com os antenistas, para trabalho conjunto”, diz André Barbosa.
O Banco do Brasil quer fidelizar os correntistas das classes D e E
usando a TV Digital como instrumento. A ideia é a de que o banco
subsidie a venda do consumidor da mesma forma que as operadoras fizeram
durante anos com os aparelhos de telefonia celular. “Isso já está
aprovado pelo Banco do Brasil”, diz André Barbosa.
“Precisa ficar claro para as pessoas que estamos trabalhando em um
projeto que nasceu no Brasil mas já está ganhando o continente, e muito
provavelmente, também o continente africano”, completa André Barbosa,
lembrando que qualquer que seja o resultado das eleições presidenciais, o
processo precisa continuar.
fonte: http://idgnow.uol.com.br/blog/circuito/2010/10/29/tv-digital-governo-quer-interatividade-como-recurso-obrigatorio/
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